Entregadores de comida por aplicativo estão reunidos, nesta quarta-feira (1/7), na Esplanada dos Ministérios. Eles reivindicam melhores condições de trabalho. A paralisação ocorre em todo o país, e, no Distrito Federal, é coordenada pela Associação de Motoboys, Autônomos e Entregadores do Distrito Federal (AMAE-DF).
 
Segundo o conselheiro fiscal da AMAE-DF, Abel Rodrigues dos Santos, entre as reivindicações dos trabalhadores está o fim dos bloqueios feitos pelas plataformas, considerados injustos pela categoria, o aumento das taxas por quilômetro percorrido e a responsabilidade dos aplicativos na prevenção dos motoristas contra a covid-19, distribuição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
 
“A maior prova do descaso com a categoria foi a questão da pandemia, só viemos ter álcool em gel recentemente, distribuído por uma única plataforma. Tivemos que tirar recursos do próprio bolso  para nos proteger durante o trabalho. Além disso,  as empresas de entregas por aplicativo utilizaram a situação da pandemia para lucrar mais e não repassaram os aumentos aos entregadores. Não tivemos  nenhuma ação preventiva, nem  por parte do Estado e nem por parte da plataforma”, afirma o conselheiro. 
 
O grupo de entregadores pretende permanecer na Esplanada até 13h. De acordo com Abel, a expectativa é de 2 mil a 3 mil pessoas no ato, cerca de 70% dos entregadores do Distrito Federal. Ainda segundo ele, a mobilização conta com o apoio do Sindicato dos Enfermeiros (SindEnfermeiro-DF) e da Polícia Militar (PMDF). Eles pretendem fazer um percurso pela Esplanada dos Ministérios. Depois, estacionarão próximo ao Palácio do Buriti.
  
Correio entrou em contato com as empresas de entregas de comida por aplicativo, mas, até o momento, somente a Rappi e o Uber Eats responderam aos e-mails.
 
Em nota, a empresa Uber Eats, associada à Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (“AMOBITEC”) esclarece que "desde o início da pandemia, tem realizado diversas ações de apoio aos entregadores parceiros, tais como a distribuição gratuita ou reembolso pela compra de materiais de higiene e limpeza, como máscara, álcool em gel e desinfetante, e a criação de fundos para o pagamento de auxílio financeiro para parceiros diagnosticados com covid-19 ou em grupos de risco. Além disso, os entregadores parceiros cadastrados nas plataformas estão cobertos por seguro contra acidentes pessoais durante as entregas". 
 
O texto ressalta que as empresas associadas à AMOBITEC não trabalham com esquema de pontuação para a distribuição de pedidos e deixam claro que a participação em atos como a manifestação desta quarta-feira (1/7) não acarretará em punições ou bloqueios de qualquer natureza.
 
A AMOBITEC e empresas associadas que atuam no setor de delivery reafirmam a abertura ao diálogo, sempre atentas às reivindicações dos entregadores parceiros para aprimorar a experiência de todos nas plataformas.
  
A empresa Rappi disse, informou que reconhece o direito à livre manifestação pacífica e busca continuamente o diálogo com os entregadores parceiros de forma a melhorar a experiência oferecida a eles. Em virtude do momento, aumentamos o suporte no atendimento, com priorização do contato com o entregador, oferecendo suporte 24x7 por meio do aplicativo. Além disso, a nota afirma que a empresa já oferece, desde o ano passado, seguro para acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental. "Com ele, queremos garantir, dentro das coberturas e limites fixados, o pagamento de indenização a todos os entregadores parceiros, em caso de acidente durante a prestação de serviço por meio da plataforma", diz a nota.  
 
A Rappi afirma ainda que também criou um mapa de demanda para ajudar os entregadores a identificar as regiões com maior número de pedidos de forma a orientá-los sobre os locais com melhores oportunidades. O frete varia de acordo com o clima, dia da semana, horário, zona da entrega, distância percorrida e complexidade do pedido. Dados da empresa mostram que cerca de 75% deles ganha mais de R$ 18 por hora, quando ativos em entregas, e quase metade dos entregadores parceiros passam menos de uma hora por dia conectados no app. Ainda, a Rappi possibilita que os clientes deem gorjeta aos entregadores por meio do aplicativo de forma segura. Entre fevereiro e junho, a empresa identificou um aumento de 238% no valor médio das gorjetas e de 50% no percentual de pedidos com gorjeta. Todo valor pago no aplicativo a título de gorjeta é integralmente repassado ao entregador.
 
O ifood, esclareceu por meio de nota que os principais casos de desativação acontecem quando a empresa recebe denúncias e tem evidências do descumprimento dos termos e condições que pode incluir, por exemplo, extravio de pedidos, fraudes de pagamento ou, ainda, cessão da conta para terceiros.
 
Ainda, a empresa afirma que também não adota nenhuma medida que possa prejudicar aqueles que rejeitam pedidos. "Ao rejeitar muitos pedidos, o sistema entende que o entregador não está disponível naquele momento e pausa o aplicativo, voltando a enviar pedidos, em média,  15  minutos depois. O iFood também não possui um sistema de ranking e nem de pontuação. 

“Assim como os caminhoneiros em 2018, motoboys e entregadores de aplicativos realizam movimento paredista em busca de justas melhorias nas condições de trabalho para a categoria, como a garantia de um valor mínimo por entrega e uma legislação própria.”

Dr. Felipe César e Dr. Carlos Hernani

Quanto a seguros, desde o fim de 2019, o iFood oferece a todos os entregadores cadastrados em sua plataforma o Seguro de Acidente Pessoal. Sobre medidas de enfrentamento do Covid-19, desde o início da pandemia, em março, foram implementadas medidas protetivas que incluem fundos de auxílio financeiro para quem apresentar sintomas e para aqueles que fazem parte dos grupos de risco. Também foi disponibilizado gratuitamente até o final do ano um plano de benefícios em serviço de saúde. Até o momento, foram destinados mais de R$ 25 milhões a essas iniciativas."
 
O motoboy, Daniel Titan, 25, trabalha entregando refeições em três aplicativos de entrega. Ele conta que a paralisação é necessária para pressionar as empresas a reforçarem os suportes aos motoristas. “Não há como sustentar uma família pelo o que é pago por esses aplicativos. Álcool em gel e máscaras é o mínimo que eles devem oferecer a nós trabalhadores”, ressalta.  
 
Ele relata ainda que vários amigos já sofreram acidentes de trânsito trabalhando e não tiveram suporte da empresa. Além disso, Daniel reclama dos preços pagos por quilômetro percorrido, do bloqueio sem motivações dos trabalhadores e pede melhorias nos endereços de entregas dos aplicativos.  “Nós precisamos de muitos ajustes, trabalhamos com muitas dificuldades e não somos bem atendidos pelas empresas que prestam esse tipo de serviço, o que recebemos não paga nem mesmo a manutenção da moto”, afirma. 
Fonte: Correio Braziliense
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